sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FESTAS POPULARES PRINCIPAIS FESTAS

CARNAVAL
O Carnaval de Salvador é a maior festa de participação popular do planeta. Criado e mantido pelo povo, trata-se de uma manifestação espontânea e livre, onde o carnal, o lúdico e o físico se misturam com a emoção e a ginga dos baianos que conseguem renovar a folia a cada ano.
O som eletrizante do trio é a deixa para que nos três circuitos (Osmar (Avenida), Dodô (Barra-Ondina) e Batatinha (Centro Histórico)) haja uma verdadeira explosão de alegria. Os blocos afro, com seus tambores e o som orientalizado dos afoxés são um contraponto para essa festa plural - porque rica de ritmos, estilos e manifestações artísticas - e singular porque única.
O Carnaval de Salvador atrai multidões. São mais de dois milhões de foliões - baianos e turistas.
A Cidade do Carnaval ocupa uma área de 25 quilômetros, abrigando camarotes, arquibancadas, postos de saúde, postos policiais, além de toda uma infra-estrutura especial montada pelos diversos órgãos municipais, estaduais e federais. Nos seis dias, como nos remete a própria marca da festa, “O coração do mundo bate aqui”, Salvador recebe gente de todo o estado da Bahia, de todo o país e dos quatro cantos do mundo que se unem numa mesma emoção.

Festa da Boa Viagem e do Bom Jesus dos Navegantes

Tradição que remonta a meados do século XVIII, a festa é uma das mais bonitas manifestações populares de Salvador e acontece na virada do ano, quando o povo dá continuidade às comemorações do Ano Novo na praia da Boa Viagem.


A diversão é garantida a partir da meia-noite por músicas e danças nas barracas que servem comidas e bebidas típicas, indo até a chegada da Procissão do Bom Jesus dos Navegantes na praia de mesmo nome. A procissão marítima que segue a Galeota Gratidão do Povo com a imagem do Bom Jesus dos Navegantes, sai na manhã do dia 1º de janeiro do cais do Comando do 2º Distrito Naval, em frente à Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia. Vai até as proximidades do Farol da Barra, terminando na praia da Boa Viagem (em frente à Igreja de Nossa Senhora), sendo acompanhado por centenas de embarcações.

Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia

Manifestação de origem católica realizada desde 1549, quando o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, iniciou a sua devoção na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia cuja fachada em pedra de lioz veio de Portugal.

Os festejos começam ainda no final de novembro, com a novena que acontece todas as noites na matriz, Cidade Baixa. A celebração envolve uma missa campal e procissão e, paralelamente, ocorre a tradicional festa de largo, nas imediações do Mercado Modelo, com barracas de comidas típicas e bebidas, unindo a profana alegria do baiano à sagrada devoção religiosa.


Festa de Santa Bárbara

A santa é madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados. No candomblé é Yansã, santa guerreira, senhora dos raios, dos ventos e trovões. As homenagens duram três dias e iniciam-se com uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, onde está a imagem da santa, sendo seguida de uma procissão que percorre as ruas do Centro Histórico, passando em frente ao quartel do Corpo de Bombeiros. Durante a procissão, as imagens de N. Sra. da Guia, São Lázaro e São Nicodemus acompanham a imagem de Santa Bárbara. Com o encerramento da festa religiosa, ocorre a distribuição do tradicional caruru, preparado por voluntários e servido gratuitamente, acompanhado de muita bebida e animação.

Festa de Yemanjá

No dia 02 de fevereiro, a cidade assiste a maior manifestação pública do candomblé: a festa de Yemanjá, que acontece na praia do Rio Vermelho.

Desde a madrugada, filhas e mães-de-santo, babalorixás, pescadores, turistas e curiosos cantam e homenageiam Yemanjá, na maior manifestação religiosa pública do candomblé. As oferendas, presentes e pedidos à Rainha do Mar são depositados na Casa de Yemanjá e guardados em balaios que, no final da tarde, acompanham o presente principal (oferecido pela comunidade dos pescadores) e são jogados ao mar por um cortejo de centenas de embarcações. À noite a festa continua no bairro onde barracas de comidas e bebidas típicas animam o público presente.


Lavagem do Bonfim

Acontece sempre na segunda quinta-feira depois do Dia de Reis. Teodósio Rodrigues de Faria, oficial da Armada Portuguesa, trouxe de Lisboa uma imagem do Cristo que, em 1745, foi conduzida com grande acompanhamento para a igreja da Penha, em Itapagipe.


Em julho de 1754, a imagem foi transferida em procissão para a sua própria igreja, na Colina Sagrada, onde a atribuição de poderes milagrosos tornou o Senhor do Bonfim objeto de devoção popular e centro de peregrinação mística e sincrética. Foram, então, introduzidos motivos profanos e supersticiosos no culto. A festa acontece com a saída, pela manhã, do tradicional cortejo de baianas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, o qual segue à pé até o alto do Bonfim, para lavar com vassouras e água perfumada as escadarias e o adro da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. O cortejo reúne anualmente milhares de fiéis em busca da proteção das águas perfumadas para limpeza do corpo e da alma.

MANIFESTAÇÕES POPULARES

Passadas através de gerações, as manifestações populares são um forte traço cultural da cidade de Salvador. O folclore da cidade reúne elementos artísticos feitos do povo para o povo, sempre ressaltando o caráter de tradicionalidade destas representações.

AFOXÉ

De origem Africana, apresenta elementos ligados à religiosidade do Candomblé, levando AXÉ (energia positiva) aos festejos dos quais participam. Os Afoxés, ao se prepararem para desfilar sobretudo no Carnaval, são protegidos espiritualmente seguindo os rituais Afros, com oferendas aos Orixás.

Em Salvador é impossível não constatar a beleza dos Filhos de Gandhy que, vestidos de branco, estendem-se pelas ruas e avenidas durante o Carnanum grande cortejo que, visto do alto, mais parece um grande tapete branco. Das contas de Orixás em azul e branco são feitos os colares que implementam a indumentária e protegem os Gandhys. O turbante de cor branca na cabeça é uma homenagem ao Orixá Oxalá, que propaga a paz presente nas mentes dos seguidores do Afoxé.

Os cantos e a dança executados durante o desfile estão também ligados ao Candomblé. O canto é em língua Nagô; os instrumentos musicais mais utilizados são os atabaques e os agogôs.



CAPOEIRA

A Capoeira é uma territorialização da presença negra ao Brasil, às regiões diversas, embora haja uma certa polêmica entre estudiosos, admiradores e jogadores de Capoeira quanto à sua real origem. Alguns seguem a vertente que crê numa Capoeira de raízes estritamente africanas – segundo o professor Fu Kiau, a palavra Capoeira possivelmente provenha de uma variação da raiz lingüística Kikongo, na África, para o vocábulo Kipula ou Kipura, que quer dizer, entre outras coisas, 'lutar'. Outros crêem numa Capoeira estritamente brasileira – leia-se o seu nome de possível origem indígena, por linhagem lingüística Tupi: 'Caápuera' quer dizer 'mato que foi cortado', 'mato ralo'. Há, ainda, aqueles que são partidários de uma Capoeira de uma certa essência dupla, cuja constituição afinca-se na África e no Brasil, ou seja, poderá a arte de capoeirar ter inspiração africana na Dança das Zebras, mas o seu real desenvolvimento dá-se em território brasileiro.
Salvador, onde tais expressões muito se desenvolveram (Mestre Bimba, por exemplo, muito absorveu das outras expressões de marcialidade na estiva da capital da Bahia para conceber a Capoeira Regional – a Capoeira levantada - precedida pela Capoeira Angola, arte de contato com o chão, em que Mestre Pastinha foi o grande expoente), há um terceiro estilo de Capoeira, por muitos conhecido como Capoeira de Rua.

No dia 03 de outubro, comemora-se o Dia Nacional da Capoeira.


SAMBA DE RODA

O samba de roda surgiu a partir da união de muitos elementos de dança dos diferentes povos africanos numa espécie de intercâmbio cultural.


Em Salvador, a dança ganhou identidade por ter sido a capital um dos grandes pontos de concentração dos negros.

A coreografia é acompanhada de música em compasso e ritmo tradicionais, utilizada como divertimento dos africanos no período da escravidão. Até então, apenas instrumentos de percussão na sua grande maioria eram empregados. Posteriormente passou-se a utilizar instrumentos de corda como o violão e o cavaquinho. Nos dias atuais, existem muitos tipos de samba, de cujas variações surgiu o famoso pagode baiano, que utiliza em seus arranjos instrumentos eletrônicos como os teclados.

O samba original possui características tradicionais que o subsubdivide em samba de roda (com melodia e palmas que respondem ao ritmo de atabaques), o samba de umbigada (com convite corporal para substituir o dançarino solista) e o samba duro (acompanhado de atabaques e pandeiros, no qual as mulheres fazem o coro e apenas os homens dançam).

MACULELÊ

De impressionante efeito plástico, o Maculelê pode ser coreografado com bastões ou até com facões que refletem faíscas.


Os participantes apresentam-se com vistosas fantasias compostas por uma espécie de sarongue feito com 'palha', além das pinturas pelo corpo, inspiradas nas tribos africanas. Há quem diga que esta manifestação era um divertimento que os escravos praticavam nas senzalas, mas na verdade são contraditórias e pouco esclarecidas suas origens. Tem-se como um ato popular de origem africana que teria florescido no século XVIII nos canaviais.

Essa manifestação de forte expressão dramática é praticada apenas por homens que dançam em grupo, batendo bastões de madeira no ritmo dos atabaques e ao som de cânticos em linguagem popular ou em dialetos africanos. Em Salvador, o Maculelê acompanha as rodas de capoeira e shows folclóricos, irradiando a vibração dos atabaques e bastões.

FOLIAS DE REIS

A Folia de Reis é uma festa religiosa de origem portuguesa, que chegou em Salvador no século XVIII. Nas terras lusitanas, tinha como principal finalidade entreter a população local.


Aqui, por outro lado, foi acrescido de um valor religioso. O reisado, herdado dos colonizadores e aqui desenvolvido com características próprias, é uma manifestação de rara beleza.

A festa anuncia a chegada do Deus menino e inicia-se logo após do dia 24 de dezembro, estendendo-se até o dia 6 de janeiro. Em Salvador, a festa é tradicionalmente realizada no bairro da Lapinha, com o desfile de um cortejo organizado pela comunidade local.

À frente do cortejo desfilam os personagens que representam os Três Reis Magos, vestidos de maneira imponente e levando como presentes para o Deus Menino o ouro - que simboliza a riqueza, o incenso - da purificação e a mirra - que concede a imortalidade. O desfile também é composto por alegorias lembrando os pastores que também foram ao encontro de Jesus.

Artesanato

Salvador da Bahia é uma dádiva que os deuses, generosamente, dividem com os soteropolitanos e com todos que a visitam. Além de levar a cidade de presente na lembrança, o visitante pode guardar um pedaço de Salvador na forma de souvenirs que compõem o legado artesanal baiano, fortemente influenciado pelos três povos responsáveis pela construção dos principais traços da sua cultura e da sua raça.
Como temas, os inspirados artesãos optam em geral pela religiosidade, expressando em imagens os santos católicos e do candomblé. Os patuás, que revelam o sincretismo do seu povo, são explorados através das figas, olho-de-boi, alho, trevo de quatro folhas, a famosa fitinha do Bonfim, dentre outros. A natureza também é lapidada nestas peças e refletem a flora e fauna locais. A musicalidade é apresentada através de atabaques, paus de chuva e tambores d’água, além do famoso berimbau e tantos outros inusitados instrumentos.
O artesanato de Salvador pode ser encontrado, em todas as suas variações, no Mercado Modelo, que é o maior centro de artesanato da América Latina. As peças podem também ser adquiridas no Instituto de Artesanato Mauá e no Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural – IPAC, organizações destinadas ao fomento das atividades artesanais. Visitando o Pelourinho, é possível encontrar uma infinidade de lojas especializadas que também dispõem de excelentes opções de souvenirs para o visitante.

História da Cidade

Em 29 de Março de 1549, a armada portuguesa aportava na Vila Velha (hoje Porto da Barra), comandada pelo português Diogo Alvares, o Caramuru. Era fundada oficialmente a cidade de Cidade do São Salvador da Baía de Todos os Santos, que desempenhou um papel estratégico na defesa e expansão do domínio lusitano entre os séculos XVI e XVIII, sendo a capital do Brasil de 1549 a 1763.
Em 1550, os primeiros escravos africanos vieram da Nigéria, Angola, Senegal, Congo, Benin, Etiópia e Moçambique. Com o trabalho deles, a cidade prosperou, principalmente devido a atividade portuária, cultura da cana de açúcar e comercialização o algodão o fumo e gado do Recôncavo.
A cidade foi escolhida como refúgio pela família real portuguesa ao fugir das investidas de Napoleão na Europa, em 1808. Nessa ocasião, o príncipe regente D. João abriu os portos às nações amigas e fundou a escola médico-cirúrgica, primeira faculdade de medicina do País.
Em 1823, mesmo um ano depois da proclamação da Independência do Brasil, a Bahia continuou ocupada pelas tropas portuguesas do Brigadeiro Madeira de Mello. No dia 2 de julho do mesmo ano, Salvador foi palco de um dos mais importantes acontecimentos históricos para o estado e que consolidou a total independência do Brasil. A data passou a ser referência cívica dos baianos, comemorada anualmente com intensa participação popular.